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Assim Ouvi do Mestre
    Caio Miranda foi um dos pioneiros na divulgação e ensino do Yoga no Brasil. Depois de muito estudar e procurar a verdade, este homem encontrou o caminho mais adequado para chegar até Deus, através das disciplinas do Yoga.
     
    Vejamos aqui alguns pequenos exemplos da sabedoria contida no seu livro "Assim Ouvi do Mestre", de 1969:
Quarta lição
    Esta é a nossa bandeira. Não devemos originar contendas nem assumir novas responsabilidades mundanas. Já é bastante dirimir as dissidências antigas e cumprir as responsabilidades até agora assumidas. Deixem-se brincar as crianças e cada um cumprir seu destino. Não devemos, deliberadamente, nos fazer amados nem admirados por quem quer que seja. Essa é uma forma sutil
de vaidade que não convém ao discípulo. Resistindo a essa miséria, evitaremos que aumente a prostituição no mundo.
Quinta lição
    Esta é a nossa bandeira... Aproxima-se do teu semelhante sempre com um ideal de paz. Jamais procures ver nos outros os seus possíveis  defeitos, mas sempre as grandezas de sua alma, porque todas as  criaturas são potencialmente divinas. As imperfeições dos nossos semelhantes são os seus próprios instrutores e os defeitos os degraus  da sua Senda, à proporção que forem sendo vencidos. Por isso, cada Ser é o seu Caminho mesmo.
Sexta lição
     Esta é a nossa bandeira... Aproxima-se do teu semelhante sempre com um ideal de paz. Não culpes os outros pelos males que te afligem. Culpando-os, farás com que se liguem mais a ti, entorpecendo teus passos. Não é o próximo que te fere, mas teus próprios sentimentos inferiores. É o teu orgulho ofendido que faz tua alma sangrar. É tua ambição desatendida que maltrata tua sensibilidade. É teu egoísmo ferido que crava punhais em teu coração. Mata tu mesmo esse orgulho, essa ambição, esse egoísmo e desaparecerão todas as tuas dores, cujas causas atribuís aos outros.
Sétima lição
    Esta é a nossa bandeira. Aproxima-se de teu semelhante sempre com ideal de paz. Tira o mal do teu coração e do teu pensamento e  desaparecerá o mal do mundo. Dá morada ao Amor no teu coração e no teu pensamento e desaparecerão todos os problemas do mundo. Ao  que julgues ser um mal a ti feito deves retribuir com o que julgues ser um bem. Ao que penses ser mentira, responde com o que consideras a  verdade. Ama aqueles que supões te odiarem. Responde à violência com a humildade e ao erro com a virtude.
    Há uma força prodigiosa capaz de submeter qualquer gigante: - a Doçura " 

O ESCRAVO E O LIBERTO
    - O homem pode ser livre ou escravo. Não há meio termo. O escravo está sempre atento ao que os outros pensam e dizem dele. Seu procedimento é, por isso, regulado pelos outros. Esse homem não faz o que quer nem aquilo que seu coração manda. É um irresponsável. Faz unicamente o que possa agradar ou impressionar os semelhantes.
    Pelo mesmo motivo, toda sua vida é constituída de atos ou omissões destinados a fazer os outros pensarem aquilo que ele próprio não é. Porque o que ele realmente é pode não agradar os outros e fazê-los pensar ou falar mal. Não há escravidão maior
que essa.
    O homem livre faz tão somente aquilo que sua consciência dita.
    Como sabe que é livre, deseja não fazer mal aos semelhantes. E assim vai harmonizando sua consciência com a Consciência Universal.
    Não há liberdade maior que essa. Como só é feliz quem é livre, não há felicidade maior que essa."

O HOMEM E A CRUZ
    - Há homens que amam duas mulheres. E até três.
    Há também mulheres que amam dois homens. E até três.
    Não há martírio maior que esse.
    Os que se encontram nessa penosa situação têm pesado Karma a purgar. Suas ligações com as pessoas amadas em outras vidas é que engendraram as ligações da vida presente. Há dívidas inadiáveis a pagar, portanto.
    Não há castigo, há compromissos a saldar, pela pessoa que ama duas ou três outras. Se os Senhores do Karma ajustaram sua existência atual dessa maneira, é porque o julgaram capaz de suportar o embate. Se ele desertar da vida, tanto pior. Na próxima encarnação amará, além dessas pessoas, mais uma.
    Todos os homens têm, no mínimo, oitocentas encarnações como criaturas humanas. Há então muitas dívidas para saldar. Quando se deseja abreviar a caminhada, o valor de cada parcela a pagar cresce, porque o prazo do pagamento fica menor. Não raramente as pessoas que amam duas ou três estão no "Caminho".
    Mas por estarem no "caminho", aprenderão a vencer sua natureza inferior, e assim saldarão tôda a dívida. Na próxima encarnação virão livres."


O RITUAL
    "Qualquer forma de ritual é sempre uma libertação de energias íntimas. Por isso acalma e limpa.
    O ritual é portanto necessário unicamente para aquele que é agitado ou sujo. Geralmente a atitude ritualística é simples projeção da personalidade em desequilíbrio. A grande e verdadeira liturgia é aquela que o homem pratica só a em silêncio, recolhendo-se ao fundo do próprio coração.
    Aquele que gosta de ritual está procurando fora o que não tem dentro de si mesmo, como o doente que clama por remédio, para atenuar seus males internos.
    Não se pode proscrever radicalmente o ritual porque a maioria da humanidade é enferma e tem necessidade dele. Quem não tem equilíbrio interno, busca-o no ritual exterior. Geralmente o desequilíbrio é por excesso de tensão íntima, seja emocional ou mental. O canto, a dança, o frenesi religioso, o transe agitado são formas de libertar essa tensão, mediante uma válvula de extravasamento.
    Os amantes do ritual também o são dos paramentos e vestes especiais. Procuram assim aparentar por fora aquilo que não possuem por dentro.
    O homem realmente espiritualizado não necessita de túnicas, batinas, medalhas, turbantes ou barbas longas. Todos poderão ver e sentir a sua elevação espiritual. Jamais um homem alto ou louro necessitou proclamar que é alto ou louro, porque todos poderão enxergar isso facilmente. Só o pobre proclama que é rico, só o vigarista anuncia que é honesto, só o mentiroso preocupa-se em parecer verdadeiro.
    O homem é mais a sua realidade íntima que seus atos exteriores.

O YOGA
    - YOGA é a união do Homem com Deus.
    É a fusão do Ser Humano Real: - Jivâtman, com o SER ETERNO UNIVERSAL: - Paramâtman, como a gota d'água que volta ao oceano, deixando de existir como gota mas integrando-se na unidade oceânica.
    Entretanto, para que tal união seja possível, é necessário antes existir em nós o HOMEM. Do contrário, como o iríamos unir à Divindade? Como reunir duas coisas se uma delas ainda não existe?
    O primeiro trabalho daquele que procura o CAMINHO é, portanto, realizar-se como HOMEM. E isso é muito mais importante do que geralmente se supõe. Porque o HOMEM é feito à imagem e semelhança de Deus, e terá de revelar em si aquela parte divina, 
para ser realmente um HOMEM.
    As criaturas que pretendem unir-se a DEUS sem antes se tornarem HOMENS são insensatas. Querem ser deuses sem haver sido sequer homens.
    E o que é finalmente o HOMEM? É o indivíduo solidário, honesto, simples, leal, sincero e autêntico. O que não mente, não rouba, não fere, não mata, não usa o sexo só para gozar e não está cego pela ilusão das coisas materiais.
    Dize-me, conheces muitos homens assim?"

Segunda parte